O som que move multidões. | Carnaval de Salvador | A cada fevereiro uma nova história

A invenção baiana que transformou o Carnaval

O trio elétrico é uma invenção baiana que revolucionou o Carnaval de rua no Brasil. Tudo começou em 1950, quando os músicos Dodô e Osmar (Adolfo Nascimento e Osmar Macêdo) criaram uma solução inusitada: montaram um sistema de som em cima de um Ford 1929, apelidado de “Fobica”, e saíram tocando guitarras elétricas artesanais pelas ruas de Salvador.

DODÔ E OSMAR - foto: Mario Luiz Thompson
/Folhapress

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FOBICA | 1950 - foto: acervo Dodô e Osmar

Sem microfones ou cantores, apenas com instrumentos adaptados — que eles chamavam de “pau elétrico” — o som chamou a atenção da multidão. O povo seguiu o carro, encantado com a novidade. No ano seguinte, outros músicos se juntaram, e o trio elétrico começava a ganhar força como símbolo do Carnaval baiano.

Ao longo das décadas, a ideia evoluiu. Nos anos 1970, o cantor Moraes Moreira foi o primeiro a se apresentar cantando sobre um trio, marcando o início de uma nova era. Com o tempo, os trios se transformaram em palcos móveis, com som profissional, iluminação e grandes produções.

Grandes artistas como Ivete Sangalo, Bell Marques e Claudia Leitte ajudaram a popularizar ainda mais esse formato, levando o trio elétrico para o mundo. Hoje, esses caminhões-palco são símbolos do Carnaval de Salvador e arrastam multidões todos os anos.

O trio elétrico não é apenas uma invenção musical — é parte viva da cultura brasileira. Um exemplo de como a criatividade popular pode transformar uma tradição e dar origem a uma das maiores festas do planeta.