CAMAROTE E PIPOCA
No Carnaval de Salvador, a avenida é uma só, mas a experiência vivida por quem participa dela varia drasticamente. De um lado, os camarotes — estruturas luxuosas, elevadas e climatizadas, com serviço open bar, shows exclusivos, celebridades e forte presença de marcas. Do outro, a pipoca — a multidão que acompanha os trios da rua, sem cordas, sem abadá, apenas com o corpo, o suor e a liberdade da festa popular.
CAMAROTE
Os camarotes surgiram como aposta comercial no circuito Barra-Ondina durante os anos 1990, em plena explosão da Axé Music.
Daniela Mercury foi uma das primeiras a aderir ao formato, em 1995, com um camarote para convidados seletos, financiado por grandes patrocínios.
Em 1998, Gilberto Gil e Flora Gil criam o Camarote 2222, que segue o modelo exclusivo e se transforma em ponto de encontro da elite artística e política.
O que começou como ação promocional passou, com o tempo, a ser monetizado diretamente: hoje, para acessar um camarote como o 2222, o folião precisa desembolsar mais de R$ 1.000 por noite.





Conheça a estrutura do Camarote Club
Foto: Divulgação/Camarote Club
PIPOCA
Enquanto isso, a pipoca — que historicamente representa a alma popular da festa — resistia à elitização dos blocos de corda.
Com o tempo, artistas como BaianaSystem, Léo Santana e Ivete Sangalo começaram a puxar trios abertos, ampliando o acesso da população à festa sem custo de entrada.
A pipoca se fortalece como espaço democrático, onde a festa é vivida com intensidade, sem filtro e com o povo como protagonista.
“Para mim a pipoca é explosão de alegria, inclusão e muita diversidade musical” afirma Fabiana Gilnil, foliã da pipoca.


Foto e vídeo: SECOM - Prefeitura de Salvador
